A situação do Mormo no RS foi o tema de audiência pública realizada na manhã desta terça-feira(29), na Casa da Assembleia na Expointer. O Mormo é uma doença infecciosa, que afeta principalmente os cavalos, mas que pode acometer e matar seres humanos. Embora seja uma constante preocupação, o Mormo voltou à discussão no RS, quando o Conselho Regional de Medicina Veterinária, em abril, manifestou preocupação com casos de equinos positivos no Estado. E também, mais recentemente, quando o Serviço Veterinário Oficial da Secretaria da Agricultura e Pecuária do RS determinou o fim da exigência de exames de Mormo para trânsito de animais e participação em eventos.
A audiência, requerida pelo deputado Rodrigo Lorenzoni (PL), reuniu parlamentares da Comissão de Agricultura, deputados Capitão Martim (REP), Professor Bonatto (PSDB), Luciano Silveira (MDB) e Zé Nunes (PT), criadores de cavalos e associações de criadores, veterinários e representantes da Academia, entidades e órgãos públicos.
Para dar uma visão atualizada da situação do Mormo no RS foi convidado o professor da Universidade Federal de Pelotas, Carlos Eduardo Nogueira, coordenador de um grupo de trabalho dedicado ao Mormo da Câmara Setorial de Equideocultura do Ministério da Agricultura. Uma das maiores autoridades no assunto, o professor Nogueira destacou cinco pontos que considera importantes: o controle do Mormo deve ser feito onde há focos e não no trânsito dos animais; a busca por uma revisão epidemiológica dos casos de Mormo no país; a busca desse painel de diagnóstico em cima do painel de soros existentes no Brasil; a revisão dos possíveis alvos para buscar o diagnóstico; a necessidade de rastreabilidade do plantel e, por último, a compartimentalização, que vai permitir a organização do setor, ou seja, cavalos de competição, cavalos de campo, cavalos de rodeio e outros devem ter diferentes exigências sanitárias.
Como a busca é justamente por mais informações, já que não se sabe nem mesmo o número de equinos que temos no RS, e pelo alinhamento das informações mais recentes sobre o Mormo, durante a audiência também foram feitas manifestações contra o fim do controle da doença para o trânsito e contra a eutanásia – quando há comprovação de Mormo.
Após as falas finais dos parlamentares, a audiência pública foi encerrada pelo proponente Rodrigo Lorenzoni, que agradeceu a presença de todos que contribuíram para que o objetivo fosse atingido de forma exitosa. “Nosso encaminhamento – ainda vamos definir – se dará através de uma subcomissão ou com periodicidade de ações. A Assembleia pode acompanhar e contribuir com esse debate. Além de legislar, nós, parlamentares, temos outro ativo: as ferramenta de diálogo e de composição do debate que envolva autoridades, aqueles que estão no mercado e os cidadãos que estão atentos a esse assunto. Juntos vamos estudar os próximos passos”, concluiu Rodrigo.
Fotos Rodrigo Savedra e Celso Bender