O deputado Rodrigo Lorenzoni participou nesta segunda-feira(18), de audiência pública conjunta das comissões de Finanças, Planejamento, Fiscalização e Controle e de Economia, Desenvolvimento Sustentável e do Turismo da ALRS, para tratar dos decretos do governador que retiram incentivos fiscais de 64 setores da economia gaúcha e que começam a vigorar em 1º de abril.
Representando o governo do RS, vieram à audiência os secretários da Fazenda, Pricilla Santana, e do Desenvolvimento, Ernani Polo, e o subsecretário da Receita, Ricardo Neves.
Para a secretária Pricilla, o RS não tem mais onde cortar despesas e a devolução de ICMS aos mais pobres deve gerar ampliação do consumo. Já o secretário Polo defendeu que o estado precisa recompor suas receitas, que nossa realidade é mais crítica que a de outros estados e que não podemos perder a capacidade de investir e de melhorar os serviços à sociedade.
Em sua manifestação na audiência, Rodrigo Lorenzoni fez uma súplica para que o governo do Estado reveja os decretos. Ou então, disse o deputado, que explique por que 40 deputados estaduais legitimamente eleitos, que representam a sociedade gaúcha, as entidades empresariais e produtivas, a maioria do povo gaúcho, estão errados e só o governador e os técnicos da Fazenda estão certos? “Eu quero entender isso”, afirmou Rodrigo.
O deputado também denunciou que um assessor da secretária da Fazenda foi às redes sociais fazer insinuações sobre a eficiência dos benefícios fiscais como instrumentos de desenvolvimento e sobre os principais beneficiários. “Eu quero saber como cidadão, gaúcho, deputado estadual, quem são os principais beneficiários? O deputado Vitorino mandou ofício para o Tribunal de Contas do Estado para saber, o TCE diz que não sabe. E esse assessor sabe e usa informação privilegiada para fazer discursos políticos na rede social”, diz Rodrigo, se referindo a Sérgio Gobetti, que já esteve no ministério da Economia de Guido Mantega no governo do PT.
Rodrigo Lorenzoni rebateu a afirmação da secretária da Fazenda, que disse não ter de onde cortar receita. “Por favor. São 27 secretarias. Só tem mais secretaria que o governo do Olívio. 4700 CCs só no Poder Executivo. Corta 20% e ninguém vai sentir falta. Por que só o Rio Grande do Sul e mais cinco estados tem uma companhia pública de processamento de dados que é a Procergs, que cobra mais caro do estado do que se fosse no mercado? Por que a CRM não foi vendida até hoje? Por que tem o Palácio das Hortensias para o governador tirar férias? Nós estamos pagando? Ora, não tem onde cortar custos, não subestime a nossa inteligência”, desafiou Rodrigo.
No encerramento, o deputado explicou que estava apelando, falando com o coração, porque via produtores chorarem desesperados porque suas vidas estão ruindo e o governo “insensível, autoritário, sem vergonha, não é capaz de ouvir a súplica da sociedade gaúcha. Por quê? Porque tá olhando pro projeto nacional de poder”.