Na última terça-feira, tivemos sessão plenária na Assembleia Legislativa, para votação de dez projetos que estavam na pauta. Um deles estabelecia “critérios para o manejo de vegetação, nativa e exótica, sob redes de distribuição e linhas de transmissão de energia”. Ou seja, um projeto que cria regras para o plantio e manejo de vegetação perto dos fios e linhas de transmissão de energia elétrica.
Bem recentemente, todos fomos impactados por chuvas intensas, enchentes e ciclones. Esses eventos extremos que assolaram o Estado causaram queda de árvores e galhos que atingiram as redes de energia e de telecomunicações. Ficamos, alguns de nós por muito tempo, sem luz e por consequência, sem água.
O projeto que estava em votação e foi aprovado, visava, entre outras exigências, a elaboração e revisão de Planos Municipais de Arborização Urbana no Estado. Esse plano vai permitir que as concessionárias de energia façam serviços de poda sempre que a vegetação oferecer risco iminente à segurança e à manutenção da rede elétrica.
Como sempre, quando há votações de projetos que dizem respeito às pautas da esquerda, a militância ocupa as galerias do plenário. Na terça, era só uma meia dúzia de gatos pingados, arrogantes e barulhentos.
– Portando cartazes contra o “arboricídio” – isso mesmo, arboricídio! – faziam gestos obscenos e gritavam ofensas, tentando interromper e impedir minha manifestação favorável ao projeto na tribuna.
Como é conveniente para eles, esqueceram que o país está em chamas, que a Amazônia está destruída, que o Pantanal foi incendiado. Mas a nossa esquerda não protesta contra isso.
É fato: a militância ideológica não muda a vida das pessoas.
Comprovado nas últimas eleições: os brasileiros e os gaúchos deixaram muito claro que estão fartos de demagogia, hipocrisia, ideologia, projetos de poder e proselitismo político da esquerda.
A sociedade quer resultados, quer que seus problemas sejam resolvidos. E o projeto em questão vinha justamente para evitar que a população fique sem luz, perca os seus alimentos, perca seus negócios e sua saúde.
Nós queremos avançar com as pautas positivas, garantir que as pessoas tenham os seus problemas resolvidos. Temos responsabilidade com o meio ambiente, mas precisamos garantir a segurança das pessoas.
Qualquer coisa diferente disso é mentira, é demagogia, é usar de ideologização frágil para um discurso que não contribui com ninguém.
A esquerda, por muito tempo, foi acostumada a não ter contraditório, mas agora que o contraditório se fortalece, a esquerda perdeu o rumo.
E não adianta eles quererem ir para o centro, porque não combinam com isso.